O post de hoje é dedicado ao meu namorado, amigo, companheiro e parceiro de quase 15 anos. A nossa história começou quando ainda éramos uns adolescentes. Eu tinha 16 anos, o Paulo 18. Ele veio do Brasil e foi morar para a minha santa terrinha. Menos de 1 ano depois começámos a namorar. E os anos foram passando, viemos estudar para Lisboa, tivemos os nossos altos e baixos, mas continuámos firmes. Comprámos uma casa à 5 anos e desde então moramos juntos e partilhamos tudo, como antes já o fazíamos. Muitas amigas me dizem que sou uma sortuda por namorar com ele... porque ele ajuda imenso em casa, limpa, cozinha e por norma até as camisinhas dele passa a ferro...Também temos as nossas birras, os nossos desencontros de ideias, mas acima de tudo resolvemos as nossas divergências e dificuldades com muita conversa. O Paulo esteve cerca de 1 ano a trabalhar no Porto e foi sem dúvida a pior altura da minha vida... para mim as relações à distância não funcionam! não pelas desconfianças do que podia acontecer, mas pela falta que a outra pessoa me faz, pela falta de contacto, do carinho, do dormir juntinho a ele todos os dias.
Bem à cerca de 2 anos, quando havíamos resolvido casar (esta história já contei aqui) tivemos a surpresa das nossas vidas. "Estávamos grávidos". O Paulo delirou com a notícia, embora só tenha caído em si na 1ª consulta na Obstreta e amou... amou desde logo o bebé que ia nascer... E depois amou ainda mais quando soube que iam ser dois. Nunca me preocupei com o trabalho que ia ter com as duas pipoquinhas porque sabia que ele ia estar sempre (que possível) ao meu lado para me ajudar.
Acompanhou a minha gravidez a 100%, foi comigo às consultas, escolheu berços, pintou o quarto das babies (como relatei nos post anterior), escolheu candeeiros, comprou biberão, encomendou várias coisinhas para elas na Amazon, comprou roupinhas amorosas e cantou para a minha barriga... um mimo. Viveu quase tão intensamente a gravidez como eu, porque à coisas que só a mãe pode sentir.
Umas das coisas qe sempre disse ao longo da minha gravidez foi que não queria assistir ao parto... A minha obstetra bem o tentou convencer, mas ele nada. Eu, embora me sentisse triste, não o podia obrigar a isso e lá fui digerindo esta decisão.
No dia do nascimento das pipoquinhas acordei-o para irmos para o hospital. Viu-me tão calma que não acreditava que estivesse em trabalho de parto. Aliás ele próprio diz que só acreditou quando me ouviu dizer à secretária no hospital que as minhas filhas vinham a caminho. Ora o pai que sempre disse que não queria assistir ao parto, quando lhe vieram pedir a roupinha das filhas, lá pediu para assisti ao parto. Infelizmente não pode, pois tiveram que me dar anestesia geral. Quando acordei tinha o Paulo ao meu lado, cheio de cuidados a tentar colocar o gorrinho da Carolina que tinha caído. Mais tarde quando agarrou numa das filhas ao colo pela 1ª vez os olhos dele encheram-se de lágrimas (e os meus também). A emoção de o ver assim com a filha ao colo foi enorme, encheu-me o coração com amor e com a certeza que entre nós quatro tudo ia correr bem.
Enquanto estive no hospital esteve sempre lá comigo, desde o meio dia, até às oito, nove horas da noite De manhã contava todos os minutos para que ele chegasse, porque quando o via tudo ficava mais tranquilo e eu sentia-me mais apoiada. Foi uma semana complicada, com a Mariana na UCIN e a Carolina no quarto comigo, mas ele tentou passar o maior tempo possível connosco no hospital... e tenho a certeza que nesses dias nem almoçava.
Confesso que vê-lo ir para casa à noite era o mais difícil... queria que ele estivesse ali comigo sempre a dar-me apoio e por vezes desarmava e chorava sozinha na sala da Neonatologia com a Mariana quando já não estava lá ninguém, porque era tudo muito intenso, porque ele não estava ali connosco, porque me faltava o meu apoio de sempre. Agora à luz da distância de um ano, sei que ele foi incansável e que essa semana lhe custou tanto a ele como a mim. E coitado... ainda teve que se ir enfiar no Continente sozinho a comprar cintas pós-parto. Pobrezinho!
No hospital adoravam-no. Toda a gente conhecia o pai das gémeas porque o viam a desenrascar-e com elas como se já fosse pai à imenso tempo.
Quando viemos para casa o Paulo ajudou-me em tudo... trocar fraldas, dar biberão, dar banho e tudo o que envolve estas duas pipoquinhas lindas. É um pai 5 estrelas, o melhor que posso desejar para as minhas filhas. Sei que por vezes fica triste porque não passa tanto tempo com elas como gostaria, mas quando estão os três é uma comédia... Claro que lhes impõe regras, mas também brinca muito, canta e até gatinha atrás delas.
Ele ama-as mais do que tudo, eu sei!!! Um amor incondicional e verdadeiro...para toda a vida e elas adoram passar tempo com ele. É um pai babado e eu sou uma mãe babada por o ter ao meu lado, especialmente quando mais preciso.
Este post é para ele... para lhe lembrar que o amo muito... cada dia mais, que o amo como homem e como pai das minhas/nossas princesas, que amo quando ele se vira para mim e me diz "Elas são mesmo lindas, não são amor"e que amo vê-los juntos a partilhar momentos de ternura. Este post é para ele porque lhe quero agradecer estar sempre aqui, a segurar as minhas pontas, a levantar-me quando vou abaixo e a fazer sentir-me amada!